Paixão e prazer
RUY ESPINHEIRA FILHO Numa carta a Anita Malfatti, em resposta à correspondência em que a pintora definira o artista como um “transmissor de beleza” e dizia desejar ter um Debret e um Rugendas em casa para estar sentindo vontade de “fazer um quadro com sabor daquela gente”, Mário de Andrade escreveu que o artista “não é ´transmissor´ de beleza, é criador”, acrescentando que a arte, “que não é só beleza, por mais pensada, é feita com carne, sangue, espírito e tumulto de amor”. Transcrevi estas palavras de Mário na abertura do primeiro texto do meu ensaio de doutorado em Letras e delas tirei o título do livro: Tumulto de amor e outros tumultos – criação e arte em Mário de Andrade , publicado pela Record em 2001. Palavras que, creio, são das mais expressivas escritas sobre a arte, porque sem carne, sangue, espírito e tumulto de amor não se faz arte alguma. Carne, sangue, espírito e tumulto de amor que encontramos neste Fotografia de um minério , de Luciano Lanzillotti. Be